O Brasil possui aproximadamente 20% da diversidade biológica mundial (SABINO & PRADO, 2000), é considerado por alguns autores como o país possuidor do maior número de formas distintas de vida. Apesar desta grande biodiversidade, a redução da fauna silvestre no Brasil é nítida. Isso se deve a vários fatores, sejam eles diretos ou indiretos. As atividades extrativistas nas florestas afetam a disponibilidade de alimentos (árvores frutíferas), de áreas de nidificação e de outras áreas críticas para a fauna. A caça de subsistência e a caça comercial também contribuem para a redução da fauna (Redford, citado por PÁDUA, 1997). Em diversas localidades da América Latina, contudo, estão sendo desenvolvidas estratégias realistas com a finalidade de promover a conservação da diversidade biológica, tornando o aproveitamento sustentável dos recursos naturais, parte da definição do manejo de vida silvestre (VALADARES-PÁDUA, 1997). Pesquisas realizadas no Panamá, em buscas de alternativas à destruição do meio ambiente como o manejo do iguana- verde (Iguana iguana) e da paca (Agouti paca) têm gerado resultados satisfatórios para a região. Estudos mostraram que a produção de carne do iguana se equipara à de gado, podendo fornecer uma produção sustentável de mais de 230 quilos por hectare. Em relação aos estudos de manejo da paca em cativeiro constatou-se que a adaptação em galpões é possível e que a sua criação pode fornecer carne (de caça) de alta qualidade para o consumo local e até mesmo para gerar rendas (WILSON, 1997). Os criadouros são também considerados reservatórios genéticos e demográficos que possibilitam a realização de pesquisa básica, além do desenvolvimento de técnicas de cuidado e manejo dos animais, constituindo um último recurso para espécies que não têm mais opções de sobrevivência na natureza, possibilitando, ainda, uma nova opção na produção de alimentos e contribuindo para a redução na pressão da caça (BDT, 2005).
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